Antigamente a charcutaria era fumada nas lareiras que aqueciam as pitorescas casas da aldeia. Ali o fogo da lareira não servia apenas para aquecer os corações das pessoas, mas também para cozinhar carnes e caldos lentamente, enchendo o ar com aromas irresistíveis.
Para Eulália, a mestria de criar deliciosos enchidos era uma herança que a ligava à sua infância. À medida que crescia, ela observava a sua mãe com admiração, mergulhada nesse trabalho ancestral. Os segredos da cozinha foram cuidadosamente transmitidos a ela desde tenra idade.

À medida que nos envolvemos nesta história, descobrimos que estamos prestes a conhecer algo especial: a “Chocalheira”. Este nome evoca várias interpretações, todas carregadas de significado. Remete-nos para a cultura dos Chocalheiros, conectando-nos com as tradições locais, ou então para os chocalhos utilizados nos animais do campo, onde se enaltece os trabalhadores rurais, e também é uma referência à (choc)alheira, produto típico da região.

Um doce inovador e peculiar, criado por Eulália. Desafio veio de uma colega de trabalho: criar um produto que representasse a região, o povo e a cultura, e que simultaneamente fosse incrível no seu paladar e se adaptasse a todos os regimes alimentares. Eulália não só aceitou o desafio, como o superou com mestria!

Uma experiência gastronómica que desperta todos os sentidos e é acessível a todos os curiosos. Os ingredientes envolvidos nesta infusão de sabores são de origem vegetal e provenientes de terras mogadourenses. Envolve-nos na acidez do azeite, na doçura do mel, na crocância da amêndoa e na sabedoria do pão. E adicionam-se umas pitadas de ingredientes provenientes de outros locais, mas naturalmente bons, como o chocolate preto, a canela, a noz-moscada e o açúcar amarelo.

A Chocalheira é a associação perfeita entre um produto e a identidade de um território. Não é apenas um doce, mas também um convite para viajar até Mogadouro. Uma jornada que, pelo sabor da Chocalheira já valeria a pena, mas que também mergulha cada visitante nas raízes, tradições, gastronomia e autenticidade do povo transmontano. Portanto, se ficou curioso, não hesite em fazer esta viagem. É uma experiência que irá aquecer o coração, nutrir a alma, e deixará uma marca duradoura de beleza e sabor na sua memória.